A presidenta Dilma Rousseff deu entrevista ao ex-ministro Aloizio Mercadante no programa “Brasil Primeira”, apresentado por ele na TV Brasil 247.
Bem humorada, cantarolou um trecho da canção “Para Lennon e McCartney”, de Lô Borges, como forma de explicar sua ligação com o estado em que nasceu. Dilma comentou sua candidatura ao Senado pelo estado: “o golpe de 64 me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu”.
A presidenta eleita entende que o episódio do habeas corpus negado ao ex-presidente só agrava o Estado de exceção. “Mesmo considerando que o mercado é o grande sujeito, o executor tem sido segmentos do judiciário”.
Dilma Rousseff afirma que o estado de exceção se inicia com a blindagem da Operação Lava Jato, que tinha prerrogativas até para grampear Presidentes da República, e que a situação de ilegalidade se agravou. “Um dos princípios fundamentais do Estado democrático de direito, é que todos são iguais perante a lei, diante disso é fundamental que a justiça seja imparcial, ela não pode julgar conforme a cara do freguês”, defende.
— O judiciário antigamente possuía uma fachada, após o último episódio envolvendo Lula, ficou escancarada a perseguição ao ex-presidente para que ele não seja candidato.
A presidente aceitou a convocação de Lula e do PT e será candidata ao Senado por Minas Gerais. Natural de Belo Horizonte, no passado ela teve que sair da sua terra por causa da ditadura militar.
Dilma afirma que Minas é um Estado estratégico. “Lá se encontram os autores do impeachment, que criaram as condições para que o governo mais corrupto da história governasse o País. Essa aliança entre o PSDB e o MDB é a responsável por toda a destruição que vivemos no Brasil”, denuncia.
Ela ressalta que, mesmo tendo passado pelo processo de impeachment ilegítimo e precisar de descanso, não irá interromper suas atividades políticas “enquanto o Brasil não retomar a saúde” e salienta: “Não posso ter um pouco de repouso enquanto o Brasil não retomar o crescimento”.
A presidente legítima conclui a entrevista citando a música de Lô Borges que, para ela, resume a sensação de pertencimento ao Estado. “Sou do mundo, sou Minas Gerais” e conclui: “O golpe militar me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu, e que esse último golpe tenha um tempo de duração muito curto”.