A repórter Carolina Linhares, da Folha, relata como autoritária minha reação ao exigir a presença das candidatas mulheres no palco em um ato eleitoral, cujo objetivo era valorizar e empoderar justamente as mulheres candidatas. Nada tem de autoritário querer que as candidatas do PT e do PCdoB tivessem prioridade na ocupação do palco. Nada mais justo também exigir que as deputadas presentes Margarida Salomão e Marília Campos fizessem uso da palavra, pois, até a minha chegada não tinham previsão de fala. Parece que a repórter não entendeu o que significava um ato de mulheres que afirma e ressalta a importância da participação política das mulheres.
Relata ainda como autoritária minha posição quanto à participação do PMDB mineiro na mesma chapa do PT que disputa as eleições deste ano. De fato, não cogito nem jamais cogitei participar da mesma chapa com notórios golpistas. É bom lembrar que toda a bancada de deputados federais do PMDB mineiro votou pelo meu impeachment e sabotou a democracia, em 2016. Na verdade, o autoritarismo é o golpe. Não é nada autoritário recusar pedir votos para golpistas.
Em 7 de outubro, o povo brasileiro vai dar o troco à traição do PMDB e do PSDB à democracia. O jornalismo da grande mídia ainda há de fazer autocrítica e tratar de sua participação na criação do ambiente envenenado que resultou no meu afastamento da Presidência. Entre outras coisas, a mídia deve fazer autocrítica do seu autoritarismo e de sua prepotência quando externa preconceitos e não análises com fundamento.
Dilma Rousseff