Comentário por Miguel Rossetto*
No Tijolaço, o jornalista Fernando Brito lançou a campanha “Não vai ter férias, vai ter luta”. Concordo com ele: não dá mesmo para esperar depois do carnaval para ir às ruas contra a degola da aposentadoria. “Se falharmos nisso, estaremos falhando com nossos filhos e nossos netos, estaremos condenando-os à escravatura”, alerta Brito.
No calendário dos golpistas, o usurpador Temer calcula aprovar o projeto no final do primeiro semestre de 2017. O povo brasileiro vai precisar trabalhar 49 anos para ganhar um salário integral. Enquanto isso, o presidente ilegítimo se aposentou com 55 anos e, conforme noticiou a imprensa, o Ministro da Fazenda recebe R$ 250 mil a título de aposentadoria. Assim, é fácil propor a exigência 49 anos de trabalho para o resto da população brasileira.
Com essa proposta é impossível negociar. Ela destrói, de fato, o direito previdenciário. E é cruel com os mais pobres, pois acaba com a vinculação do salário mínimo ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e amplia a idade de acesso ao benefício para 70 anos. Atinge, assim, justamente os mais pobres e fragilizados: os idosos e as pessoas com deficiência.
Comentei em artigo publicado no Brasil 247 que este é um momento de denunciar, de resistir, de ampliar a unidade política e social para a luta. É preciso organizar comitês municipais unitários para informar e organizar a resistência. É possível e necessário derrotar estas propostas. É possível e necessário derrotar o golpista Temer e seus aliados.
*Miguel Rossetto, ex-ministro do Trabalho e Previdência Social
Leia aqui o texto do Tijolaço, “Não vai ter férias. Luta contra degola da aposentadoria tem de ganhar a rua já“, e aqui o artigo “No Natal dos golpistas, o capital ganha presente“.