Com autorização de juízes de primeiro grau e da justiça eleitoral de pelo menos 17 estados, 30 universidades brasileiras foram censuradas, invadidas e tiveram professores e reitores ameaçados de prisão, sexta-feira, por permitirem manifestações contra o fascismo em suas dependências. Nem a ditadura militar agrediu de maneira tão explícita e, num mesmo dia, o princípio fundamental da autonomia universitária.
As manifestações não eram contra ou a favor de um ou outro candidato e nem faziam referência aos nomes que disputam a presidência da República. Eram aulas, debates, seminários e exibições de faixas e cartazes genéricos contra o fascismo e em defesa da democracia no Brasil.
Trata-se de uma violência nunca vista contra a autonomia das universidades e de uma agressão inaceitável à liberdade de expressão e de cátedra.
Na UERJ e na UFF, no Rio, políciais militares invadiram o campus, por ordem do TRE, para arrancar cartazes em solidariedade à vereadora assassinada Marielle Franco e uma bandeira com os dizeres: “Direito UFF: antifascista”. As invasões, apreensões de cartazes e proibições de debates ocorreram em mais 16 estados.
Se, às vésperas da eleição, defender a democracia, atacar as ditaduras, questionar a violência política e rejeitar o fascismo significa fazer campanha para Bolsonaro, só há duas conclusões possíveis e lógicas: o capitão reformado não apenas é o candidato do fascismo, como conta com a proteção da justiça eleitoral.
No voto, vamos reagir para impedir a eleição do candidato fascista. No voto, vamos impedir que se consagre o fim da autonomia universitária e a normalidade da violência.