Uma jovem de 16 anos, chamada Maria Eduarda, saiu da multidão e me procurou. Ela queria entregar um poema que escreveu contra o golpe que me destituiu do poder. Li a poesia e fiquei comovida. Nos abraçamos e fizemos algumas selfies, que vou guardar como recordação dos belos momentos que todos vivemos na caravana mineira.
Publico aqui o poema de Maria Eduarda Paschoalini, a querida Duda, jovem militante da democracia que faz gente como nós, que também começamos cedo na luta, sentir orgulho desta nova geração de combatentes.
Orgulho e muita esperança de que a democracia vencerá.
Eis o poema de Duda:
ELA NÃO ESTÁ SOZINHA, QUERIDOS!
Veio tortura,
vieram panelas.
Fortaleceu-se com sua armadura,
ficou cada vez mais bela.
Os bandidos a chamaram de burra;
os covardes, de inflexível.
E, mesmo assim, ela os empurra
e se mostra invencível.
Tiraram o que lhe foi conquistado:
a Presidência da República tomada
por um impeachment sem crime de responsabilidade comprovado;
GOLPEADA.
Ela não brincou do que chamam de “fazer política”
Nem cedeu às piores jogatinas de um congresso medíocre
que nós elegemos sem nenhuma crítica.
MASSACRE!
Ela é a única com legitimidade moral
para nos devolver a democracia.
Em um processo temporal,
acabar com a aristocracia.
Calma, serena e elegante;
já enfrentou o câncer com o sorriso no rosto!
Companheira, AVANTE!
Não desista do seu povo!
Ela enfrenta um batalhão de homens com ódio
e vai derrubando um por um!
Eles não chegarão ao seu pódio,
nem conquistarão lugar algum.
Ela é valente;
ela é feita da fibra da coragem, da fé!
Gente como a gente
Não desiste quando realmente quer.
Ela é mulher!
Ela é resiliente!
Ela não precisa de temer!
Ela luta incansavelmente!
Ela é Dilma Vana Rousseff
e ela não está sozinha.
(Duda Paschoalini).