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A presidenta eleita Dilma Rousseff estará reunida, nesta quarta-feira, 19 de abril, com sindicalistas norte-americanos, em Washington. Ela será recebida na sede da AFL/CIO, a principal central de trabalhadores norte-americana, para dialogar sobre direitos trabalhistas.
Dilma está preocupada com o andamento da reforma trabalhista e previdenciária, em discussão no Congresso brasileiro, que retira direitos e aumenta o tempo de contribuição e de idade para a aposentadoria. Ela é contra as propostas apresentadas pelo governo Temer. No final da tarde, estará com brasileiros que atuam na rede Brazil Expats, uma das entidades que prepararam sua ida aos Estados Unidos.
Dilma vem fazendo duras críticas ao governo Temer em sua viagem pelos Estados Unidos, acusando-o de impor uma agenda impopular e regressiva. Ela já acusou o atual ocupante do Palácio do Planalto, bem como os líderes do governo, de tramarem sua derrubada para promover uma agenda anti-social ao país.
LULA
Ontem, em encontro com estudantes e acadêmicos, na capital dos Estados Unidos, a presidenta deposta comentou a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontado como favorito nas últimas pesquisas de intenção de voto. “Quem vencer terá legitimidade para a discussão de um grande pacto político com a sociedade, uma saída para a democracia no Brasil”, afirmou.
Na palestra proferida ontem de tarde na Universidade George Washington, Dilma criticou duramente o “jornalismo de guerra” praticado por setores da grande imprensa brasileira. “Quatro ou cinco veículos, em regime de monopólio, tentam controlar a opinião pública, escolhendo o que e como a política deve ser vista”, disse. “A crítica a essa prática é tratada como tentativa de redução da liberdade de imprensa, o que é a maior pós-verdade”.
Deposta por um golpe parlamentar em 2016, a presidenta comentou o levantamento feito pelo site Poder 360, indicando que ela e Lula foram alvos da Rede Globo nas últimas semanas, que manipulou o noticiário, de maneira seletiva e suspeita, destinou 25% das últimas edições do Jornal Nacional, desde a semana passada, de todo o noticiário sobre as acusações a políticos no país.
Lotado de estudantes brasileiros, norte-americanos e africanos, o auditório do Instituto de Política Internacional da Elliot School de Relações Internacionais aplaudiu de pé Dilma. Ela convocou a todos para um encontro com a democracia no Brasil.
Nos últimos dez dias Dilma esteve em universidades de Nova York, além de Harvard (Boston) e George Washington, na capital americana. Ela retorna ainda esta semana a Cambridge para participar da Latin American Conference.