DILMA: LULA É A ÚNICA FORÇA QUE A EXTREMA-DIREITA TEME

A presidente eleita Dilma Rousseff afirmou ontem, em discurso durante a passagem da caravana de Lula por Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul, que Lula é a única força deste país capaz de enfrentar a exprema-direita e os golpistas.

— Lula é a única força que a direita e os golpistas temem, e temem muito. Por isso, defender a candidatura de Lula é defender que o Brasil se reencontre consigo mesmo e que o Brasil volte a crescer. É defender que o mundo inteiro volte a respeitar o Brasil. É defender o nosso patrimônio, a Eletrobras, a Petrobras, é defender o pequeno agricultor e as mulheres deste país. Defender Lula é defender a luta contra o ódio. Com Lula, vamos construir um país que respeite a diversidade, sem pedradas, sem armas escondidas, sem bombas, porque esta é a política da extrema direita. A extrema direita não dialoga, ela mata. Só tem um homem capaz de acabar com o ódio e este homem se chama Luis Inácio Lula da Silva.

EIS O PRONUNCIAMENTO DE DILMA EM PALMEIRAS DAS MISSÕES, RS:

Esta caravana é uma caminho da esperança de que a gente possa construir um país que se liberte do golpe de estado de 2016. Eu vivi dois golpes de estado. Vivi o golpe de estado de 1964, o golpe militar, que instituiu a ditadura. Agora, vivo sob o golpe parlamentar e midiático de 2016.

Militar ou parlamentar, o golpe detesta ser chamado de golpe. Mas a palavra mostra a ilegitimidade, mostra que se apropriaram do poder sem ter voto, sem um único voto. É isto que caracteriza o golpe. O golpe pode ser militar, pode ser parlamentar, pode ser midiático, pode ser dado por setores financeiros ou por segmentos do Judiciário. Mas será sempre golpe, porque foi cometido sem a legitimidade do voto popular.

É golpe, sim, mesmo que o ministro da Educação golpista, conhecido como Mendoncinha, se ache capaz de ferir a autonomia universitária e tentar proibir uma aula sobre o golpe que o país sofreu em 2016. Mas o povo é sábio, e surgiram cursos sobre o golpe de 2016 em todo o Brasil.

Mas, afinal de contas, porque eles deram o golpe?

A razão mais óbvia: eles achavam que se chegassem ao poder impediriam que as investigações de corrupção chegassem até eles e os condenassem. Só que não foi preciso muito tempo para aparecessem as malas deles cheias de dinheiro roubado. Malas iam e vinham, até que surgiram as malas que abarrotavam o apartamento de um ministro desse governo ilegítimo.

Ao cometer o meu impeachment, eles esconderam do povo que nós tinhamos cometido nenhum crime, nós não tinhamos malas de dinheiro viajando pra lá e pra cá, não tinhamos contas no exterior e contas secretas em lugar nenhum. Eles têm, e hoje todos sabem disso.

Eles usaram vários métodos. E aqui eu quero falar para as mulheres. Este golpe é machista e se sustenta destilando ódio. Foi isso que eles fizeram com aquelas bateções de panela. Eles são sexistas e preconceituosos e usaram todos os artifícios possíveis para atacar a mulher que estava na presidência. Este ambiente serviu para sustentar o golpe, enquadrar o Brasil, retirar de nós todas as conquistas que nós tinhamos construído, não apenas durante o governo do presidente Lula, como no meu governo.

Aqui mesmo no Rio Grande do Sul, dois grandes brasileiros responsáveis por grandes conquistas para o povo foram alvos de golpes – Getúlio Vargas e Jango. Getúlio criou a CLT, que agora os golpistas destruiram. Jango queria as reformas de base, queria ampliar o acesso à educação e fazer a reforma agrária em terras às margens das estradas. Brizola, também de certa forma foi golpeado, porque foi sistematicamente perseguido.

Eles achavam que me derrubando, resolveriam os problemas deles. Mas este golpe parlamentar e midiático não é, de jeito nenhum, um golpe qualquer. Eles perceberam que a democracia está do nosso lado. A gente ganhou quatro eleições seguidas. Quando ganhamos em 2014, eles chegaram à seguinte conclusão: pelo voto, este pessoal vai ficar aí e nós nunca vamos poder executar o nosso programa de retrocessos.

O Lula tinha construído toda uma política de combate à pobreza, e aqui no Rio Grande tem muita gente que contribuiu. Eu faço questão de citar uma pessoa, o companheiro Miguel Rossetto, que contribuiu para a redução da pobreza no campo. No meu governo, o Rossetto foi responsável pela política de proteção à agricultura familiar. Como diz Stédile, líder do MST, contemplava a agricultura camponesa. Com Rossetto, o crédito para a agricultura familiar saltou de R$ 2 e meio bilhões para R$ 30 bilhões.

Foi graças à agricultura familiar, incentivada por nós, que o Brasil alcançou um fato histórico: saiu do mapa da fome da ONU. Os brasileiros passaram a comer melhor e mais barato porque a agricultura familiar é responsável por mais de 70% dos alimentos consumidos pelo povo.

Estamos aqui apresentando Miguel Rossetto como nosso candidato a governador do estado do Rio Grande do Sul. Ele tem todas as condições para fazer um governo voltado para o desenvolvimento desse estado.

Concluo dizendo que o golpe não parou por aí – na reforma trabalhista e na tentativa de reforma da Previdência. A reforma da Previdência pretende meter a mão no dinheiro deste ministério, que tem os maiores recursos da administração, para transformar em fundos privados. Se não ficarmos atentos, esta reforma ainda passa.

Mas o golpe não parou por aí porque agora quer atingir o nosso maior líder. É aí que chega a esta história uma pessoa fundamental. O presidente Lula. Eles temem muito o Lula. O presidente Lula fez o melhor governo da história deste país, desde Getúlio Vargas. Eles temem o Lula porque, se ele fez com que o povo brasileiro subisse um degrau, a partir de 2018, quando for presidente de novo, ele fará com que o povo brasileiro suba vários degraus mais.

Nós tiramos 38 milhões da pobreza. Foi o começo. Agora é a hora da divisão da riqueza, é a hora de entregar terra e casa para a população, é hora da educação de qualidade, é hora da previdência digna.

O golpe deu errado, é  um fracasso, e eles não têm candidato. O único candidato que eles criaram é o candidato do ódio, o candidato que defende o preconceito, é um candidato contra as mulheres. Não podemos permitir a vitória de um homem que é machista, misógino contra um homem que representa a diversidade do nosso país, que fez o Bolsa Família e entregou para as mulheres, que fez o Minha Casa Minha Vida e entregou as propriedades para as mulheres, que fez a Lei Maria da Penha, contra a violência que se abate sobre as mulheres.

Lula é a única força que a direita e os golpistas temem, e temem muito. Por isso, defender a candidatura de Lula e defender que o Brasil se reencontre consigo mesmo e que o Brasil volte a crescer. É defender que o mundo inteiro volte a respeitar o Brasil. É defender o nosso patrimônio, a Eletrobras, a Petrobras, é defender o pequeno agricultor e as mulheres deste país.

Defender Lula é defender a luta contra o ódio. Com Lula, vamos construir um país que respeite a diversidade — sem pedradas, sem armas escondidas, sem bombas, porque esta é a política da extrema direita. A extrema direita não dialoga, ela mata.

Só tem um homem capaz de acabar com o ódio e este homem se chama Luis Inácio Lula da Silva.