Dilma afirma que não recua na luta pela democracia
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Dilma afirma que não recua na luta pela democracia

13/05/2017 3:29

 

Em clima de denúncia pela articulação entre a mídia oligopolista e o judiciário para eliminar o projeto democrático e popular no Brasil, o Partido dos Trabalhadores realizou nesta sexta feira (12), em Porto Alegre, um debate com a presença de importantes lideranças nacionais.

A presidenta Dilma Rousseff afirmou que não se atemoriza com a campanha de denúncias, pois já conhece a estratégia de “julgar e condenar” da mídia, e que os oligopólios de comunicação não resistiriam à democratização e à livre concorrência.

Os senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, que atualmente concorrem à presidência nacional do PT, e Dilma Rousseff analisaram o golpe parlamentar votado no Senado há exatamente um ano, e fizeram projeções para o futuro.

Enquanto para o senador Lindberg (PT/RJ) o impeachment deve ser analisado como um “golpe de classe” cujos componentes se associam historicamente a Getúlio Vargas e Juscelino, a senadora Gleisi (PT/PR) considera que trata-se de uma estratégia para permitir a imposição de um programa que seria inviável por meio de eleições.

Para ambos é necessário neste momento que a sociedade eleve o tom da denúncia do governo golpista para impedir a prevalência de um estado de exceção, e a realização de eleições diretas para a Presidência da República. Qualquer tentativa de barrar esse projeto é outro golpe, afirmou a senadora paranaense.

Mídia golpista

– Não me atemorizo. Não por ser uma balela o que está acontecendo, mas é porque resisto. Tenho uma enorme capacidade de resistir, e isso incomoda muito, declarou Dilma Rousseff em seu pronunciamento ao público que a recebeu na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Estarrecida com a persistência do ataque articulado entre os meios de comunicação e o poder judiciário para obter a condenação sua e de Lula por denúncias não comprovadas, e pelo uso da memória de Maria Letícia pela Revista Veja – “Não a respeitaram em vida, não respeitaram pelo sofrimento que a matou, não respeitaram Lula e não a respeitaram nem quando morta”, Dilma Rousseff avaliou que há um ano não estava claro na consciência do povo brasileiro as razões do golpe:

“Alguns compreendiam as reais razões, eram poucos, mas tivemos que disputar com muita força a narrativa dos fatos, para demonstrar que era um golpe, que não basta o cumprimento de aspectos formais, como processo legal, votações na Câmara e no Senado. Não era legal porque os fundamentos eram frágeis, não se impede um presidente por três decretos e um Plano Safra… não está previsto na Constituição brasileira o afastamento pelo chamado conjunto da obra. O que aconteceu foi golpe parlamentar, embora as razões do grupo parlamentar não fossem as principais…”, argumentou.

Segundo a presidenta afastada, as verdadeiras razões situam-se na implantação de propostas neoliberais que enfatizam a financeirização da economia em detrimento da produção, beneficiando os bancos, a mudança de modelo de previdência e legislação trabalhista e a entrega do patrimônio público. Dilma destacou que as medidas do governo Temer aprovadas pelo Congresso, como o congelamento dos gastos sociais por vinte anos, afetam a democracia em profundidade:

“O mais grave da Emenda Constitucional 95 é, ao tirar os pobres do orçamento, também tirar a população da decisão de aonde vai o dinheiro, impedindo, por cinco eleições, que novos presidentes possam direcionar o orçamento para onde a população apontou, segundo o programa apresentado pelo que for eleito. Isso fere a democracia, fere o voto popular, é um verdadeiro retrocesso, um ataque à democracia e à República”.

Para ela, a população brasileira está tomando consciência do golpe e do quão danoso é o projeto que carrega. E porque tem na memória passada e recente tudo o que significaram as políticas implementadas a partir de 2003 nos governos de Lula e nos seus mandatos presidenciais, quando o Brasil foi retirado do Mapa da Fome da ONU e reduzidas as desigualdades sociais.

– Mesmo sob estarrecedor e mais violento cerco que poderia ser feito a uma pessoa, Lula mantém-se em primeiro lugar. Sabem por que? O povo brasileiro não engoliu o processo de desmoralização e perda da condição civil que tentam fazer com ele. Mas o povo não é bobo, nesse um ano de governo ficou claro o real interesse que esse golpe sustentou”, concluiu Dilma.

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