Dilma alerta para riscos à democracia brasileira na Universidade de Columbia, em Nova York
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Dilma alerta para riscos à democracia brasileira na Universidade de Columbia, em Nova York

11/04/2017 12:14

Durante palestra na Universidade de Brown, em Providence, na segunda, a presidenta eleita advertiu para os riscos da divulgação maciça de falsas versões da realidade nacional

 

A presidenta eleita Dilma Rousseff profere palestra nesta terça-feira, 11 de abril, na Universidade de Columbia, em Nova York. Ela estará com estudantes e professores, às 17h30 (horário de Brasília), na conferência “Democracia no Brasil: desafios e perspectivas”. O debate que será apresentado pelo pelo reitor da Columbia, John Coastworth, e moderado pelo diretor do Columbia Global Centers, Thomas Trebat. A conferência será transmitida pela fanpage de Dilma no Facebook (facebook.com/dilmarousseff).

Ontem, durante palestra na Universidade de Brown, Dilma alertou para os perigos da realidade brasileira estar sendo interpretada pela mídia de maneira distorcida. “Vocês devem sentir cem pulgas atrás das orelhas com as interpretações da grande mídia brasileira”, disse. Ela fez uma conferência a estudantes e professores sobre “Os desafios da democracia no Brasil”.

Segundo Dilma, a criação de uma opinião pública que lança sobre a classe política toda a responsabilidade sobre a corrupção no Brasil – um problema histórico de raízes culturais que precisa ser combatido – isentando a classe empresarial e a própria sociedade, e o uso da lei para fazer a justiça do inimigo, levam ao total descrédito na política. “E quando a política perde o sentido”, alertou, “surgem os salvadores da pátria, que hoje estão em maus lençóis”. Ela fez duras críticas a Michel Temer e ao grupo que construiu  o impeachment resultando na sua deposição da Presidência da República.

De acordo com a presidenta deposta, o cenário de negociações demonstra que o campo político responsável pelo impeachment sem crime de responsabilidade, não conseguiu obter apoio necessário para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária. “Não conheço político suicida, todos precisam de votos”, lembrou. “Eles me retiraram da Presidência para estancar as investigações e retomar o projeto neoliberal, mas encontram fortes barreiras para fazer a entrega prometida, aos setores da mídia que apoiaram o golpe e ao mercado”, afirmou.

Na quarta-feira, Dilma vai dar uma conferência na The New School sobre a crise da democracia brasileira. Essa instituição, assim como Brown e Columbia, estão entre as mais progressistas dos Estados Unidos,  onde surgiram núcleos de resistência ao golpe no Brasil.

Em Brown, no evento organizado pelo brasilianista James Green, especialista em ditadura militar, Dilma foi aplaudida em pé por mais de mil jovens. Ela aproveitou o evento para ter encontros com intelectuais e acadêmicos sobre as políticas públicas de sua gestão e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma ainda visitou a Biblioteca John Carter Brown, onde se encontra o maior acervo de obras raras sobre a América Latina e Brasil. Essa coleção foi composta por doações da famílias de democratas norte-americanos. Outra parte dos documentos pertencia ao brasileiro José Mindlin.

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